Eddie Van Halen - Guitar World Fevereiro/2014
Postado em 22.01.2014 - créditos: VHND.com(entrevista original em inglês aqui)
Eddie Van Halen relembra o premiado álbum "1984" e a criação do estúdio "5150".
2 de Janeiro de 2014.
Esta é uma edição especial da Guitar World de Fevereiro de 2014.
Melhoria caseira. Trinta anos atrás, Eddie Van Halen construiu seu próprio Home Studio e assumiu o controle das direções musicais do grupo Van Halen. O resultado foi o aclamado "1984", o álbum que estourou nas paradas de sucesso e elevou o Van Halen ao Top Charts dos Superstars.
Quando muitos fãs de música ouviram pela primeira vez Eddie Van Halen em sua radical e inovativa técnica de Tapping no final do solo "Eruption", muitos erroneamente pensavam que se tratava de um sintetizador.
Seis anos depois quando Van Halen gravou o álbum "1984", já não havia dúvidas que dessa vez era mesmo um sintetizador que estava soando de maneira mágica e misteriosa no novo single da banda. Na verdade, a guitarra de Eddie não é ouvida nessa música até os 2 minutos e 10 segundos de sua duração.
Com o single inicial do álbum "Jump", Eddie provou que ele poderia tocar teclados tão bem quanto ele tocava sua guitarra, mas o mais importante é que ele também mostrou ao mundo que ele poderia criar uma música pop tão boa, (ou se não foi a melhor), do que qualquer outra daquela época.
O uso de um sintetizador na "Jump" abriu as portas para uma nova era de apreciação desse instrumento, que anteriormente era somente associado a maioria das bandas New Wave e pioneiros da música eletrônica como Kraftwerk, Gary Numan e Tangerine Dream. Quase da noite para o dia, as vendas de sintetizadores cresceram exponencialmente, similar ao "boom" de vendas de guitarras que o Van Halen influenciou depois que o primeiro álbum do Van Halen foi lançado e por sorte coincidiu também com a introdução dos primeiros sintetizadores a preços mais acessíveis no mercado. Lojas musicais logo ficaram cheias de aspirantes a músicos tocando as primeiras notas de "Jump", a maioria do mesmo modo que as lojas de guitarras eram sujeitas aos novatos tocarem "Stairway to heaven" nas guitarras.
1984 pode ter sido gravado 30 anos atrás, mas Eddie Van Halen ainda lembra de muitos detalhes da criação do álbum.
O fato de que Eddie conseguiu completar esta realização durante um tumultuado período que estava levando a banda a uma ruptura é algo milagroso, eclipsada pelo fenomenal sucesso do álbum.
Guitar World: O que te inspirou a construir o seu próprio estúdio em casa?
Eddie: Eu costumava ter uma sala atrás da minha casa onde eu tinha um gravador Tascam 4 pistas para fazer minhas demos. Eu realmente procurava gravar as demos de forma mais profissional possivel naquilo que eu estava fazendo. Eu costumo gastar muito do meu tempo extraindo sons e escrevendo música. Eu tenho uma gravação minha em fita, tocando na sala de minha casa, às 5 da manhã, e nela você pode ouvir Valerie (Bertinelli, ex-mulher de Eddie), entrando e reclamando que ela já estava cansada de ouvir aquilo. Esta foi a outra razão que eu resolví construir o estúdio.
A gota d´água no entanto foi porque eu queria ter mais controle. Eu estava sempre batendo cabeça com (o produtor) Ted Templeman sobre como fazer uma boa gravação. Minha filosofia era sempre estar focado na minha própria música, do que fazer música de outras pessoas. Ted pensava que se você regravasse uma música de sucesso, você já estaria 50 porcento garantido. Eu não queria estar 50 porcento garantido com músicas de outras pessoas. O álbum "Diver Down" foi o ponto decisivo para mim, porque estava cheio de covers. Eu estava trabalhando em um grande som em um riff no Mini-mog, que acabou sendo usado na regravação de "Dancing in the Street". Se tornou um som completamente diferente. Eu visualizava algo mais para Peter Gabriel do que isso que se tornou, porém quando Ted ouviu, ele decidiu que ficaria ótimo para "Dancing in the Street".
O álbum "Fair Warning" foi um fracasso comercial diante de "Diver Down". Mas para mim, Fair Warning é mais genuíno do que eu sou e o que eu acredito que o Van Halen é. Nós somos uma banda de Hard Rock, e nós éramos uma banda de álbuns. Nós tivemos sorte de entrar para as paradas de sucesso de qualquer forma. Ted e Warner Bros queriam singles de sucesso, mas não há singles no "Fair Warning". O álbum não foi um fracasso comercial, mas também não tinha uma música de sucesso, contudo, para muitos fãs guitarristas, Fair Warning é a segunda escolha entre o álbum "Van Halen" ou "1984".
Guitar World: Como o estúdio "5150" passou de uma simples sala de demo para um estúdio totalmente equipado com equipamentos profissionais?
Eddie: Quando começamos a trabalhar no 1984, eu procurava mostrar para o Ted que nós conseguiríamos fazer um grande sucesso sem nenhum cover, e fazer isso do nosso modo. Donn (Landee) e eu prosseguimos e tentamos imaginar como construir um estúdio de gravação. Ele não foi feito inicialmente para ser um estúdio completo. Eu apenas procurava ter um lugar melhor para fazer minha música e depois poder mostrá-la ao pessoal da banda. Eu nunca imaginei que iria se tornar nisso quando nós começamos a construí-lo.
Guitar World: Você estava realmente muito criativo durante o período entre Diver Down e 1984. Durante esse tempo você também gravou "Beat It" com Michael Jackson, o Star Fleet Project com Brian May, a trilha sonora de Seduction of Gina e Wild Life, e você e Donn Landee produziram uma música para Dweezil Zappa.
Eddie: Eu tenho um monte de músicas, porque tudo o que sempre fiz foi compor. Eu lembro, nós estávamos ensaiando para a Diver Down tour no estúdio Zoetrope quando Frank Zappa me chamou e me perguntou se eu poderia produzir uma música para Dweezil. Eu também fiz o mesmo no Star Fleet Project de Brian May e a sessão com Michael Jackson. Val (Valerie Bertinelli) me pediu para gravar alguma música para um filme de TV que ela estava participando. Até você mencionar isso agora, eu já havia esquecido que eu tinha gravado a trilha sonora de The Wild Life. Agora eu me lembro, porque Donn Landee não estava muito contente, pois nós tivemos que mixar tudo nós mesmos. E depois eu tive que largar ele lá e ir fazer a turnê que estávamos fazendo com o AC/DC na Europa naquele verão.
Foto: Neil Zlozower/Atlas Icons
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